terça-feira, 27 de março de 2012

Brasília segue tendência de crescimento do MMA


 

O MMA, sigla que representa Mixed Martial Arts (Artes Marciais Mistas), teve de passar por uma grande evolução até se tornar popular como é hoje. O UFC (Ultimate Fighting Championship), maior evento da categoria no mundo, sendo considerado a atração esportiva que mais cresce na atualidade, líder de vendas em pay-per-view, já esteve perto da falência. A história do MMA se funde com a do UFC, pois foi através do evento que ocorreu a disseminação e aperfeiçoamento das técnicas e treinamentos de luta.

 Os embates entre lutadores de diferentes técnicas existem desde os desafios de Vale-Tudo promovidos pelos Gracie entre as décadas de 1960 e 1990, em que se buscava provar a eficácia do jiu-jitsu desenvolvido pela família contra quaisquer outras artes-marciais. A partir dessa ideia, Rorion Gracie, filho mais velho de Hélio Gracie, patriarca da família, resolveu montar um evento, televisionado, onde lutadores de diferentes artes-marciais se enfrentariam, com o mínimo de regras (daí o nome vale-tudo, pois nos primeiros UFC só não valia dedos nos olhos e mordidas), para definir qual era a mais eficiente.

 A primeira edição do UFC ocorreu em 1993 nos Estados Unidos e tornou-se um grande sucesso entre os entusiastas de artes-marciais. Porém, os combates violentos, fraturas e cortes sendo transmitidos ao vivo logo se tornaram um problema para os organizadores do UFC, que passou a ser banido na maioria dos estados americanos, fazendo com que o evento beirasse a falência no fim dos anos 1990.

 Em 2001 ocorreu um fato determinante para o ressurgimento do UFC, bem como para o status que ele atingiu nos dias de hoje. Os irmãos Fertitta, Lorenzo e Frank, juntamente com o produtor de boxe, e atual presidente do UFC, Dana White, compraram o evento. As boas relações dos irmãos Fetitta com a Comissão Atlética de Nevada (estado onde se encontra Las Vegas) permitiu que o evento voltasse a ser promovido com a introdução de novas regras que protegessem a integridade física dos atletas. E graças ao tino comercial de Dana White, que atraiu grandes patrocínios e investidores, o UFC voltou a ser transmitido no pay-per-view, retomando assim sua popularidade.

 Outro fator determinante para o grande sucesso do MMA foi a ideia dos donos do UFC de realizarem um reality show, onde lutadores treinariam e se enfrentariam com o objetivo de conseguir um contrato no evento. Este reality show, chamado de “The Ultimate Fighter”, já está na décima quarta temporada nos EUA, e estreou sua primeira versão internacional aqui no Brasil no último domingo, mostrando o sucesso da modalidade.

 Antigamente rotulado como brutal e “sem-regras”, o MMA hoje é uma modalidade com regras bastante definidas e atletas reconhecidos internacionalmente. O que era uma tentativa de descobrir qual a arte-marcial mais eficiente, hoje gira em torno da maneira com que os atletas combinam estas artes-marciais em uma competição com regras rigorosas, para atingirem a vitória. Vitória essa que, além de status, garante gordas bolsas, podendo atingir até meio milhão de dólares por luta.


Cenário Local

 O MMA, antes com pólos de prática bem definidos na Bahia, Rio de Janeiro e Curitiba, hoje já começa a se espalhar pelo país, tendo como um centro emergente a Capital Federal.

Lucas Mori, 24, praticante de MMA enxerga esse crescimento como um movimento não apenas no DF, mas sim de todo Brasil, devido ao grande espaço que ele ocupa hoje na mídia, principalmente com eventos que são transmitidos pela televisão a cabo e pelo pay-per-view de maneira freqüente.

 Outro fator que Lucas cita para a disseminação do esporte foi a mudança na maneira que as pessoas o enxergam:  




Quando perguntado sobre as condições de treinamento que as academias do DF propiciam hoje para os praticantes do esporte, Lucas disse:





Comparando as academias locais com academias como a Chute Boxe, de Curitiba, e a Top Team, do Rio de Janeiro, ambas com filiais no exterior e formadoras de atletas campeões.

O crescimento do esporte no DF esta se consolidando, os grandes eventos de MMA do país já enxergam o mercado consumidor existente. “O público em Brasília é um grande mercado para os eventos de MMA,  isso já ficou demonstrado nos últimos eventos realizados na cidade, e acho que estamos no caminho certo, ainda falta muito patrocínio como em qualquer esporte no Brasil que não é ligado ao futebol,  mas se os eventos forem organizados de forma correta, os eventos realizados em Brasília tem tudo para serem lucrativos...” finaliza Lucas.

O grande sucesso de lutadores brasileiros na modalidade corrobora com essa popularidade e ao crescente número de adeptos nas academias. Nomes como Anderson Silva, José Aldo, Rodrigo Minotauro, Maurício Shogun, Lyoto Machida, dentre outros, figuram como estrelas dos principais campeonatos de MMA do mundo. No âmbito regional podemos destacar o nome de Paulo Thiago, policial do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) de Brasília, e lutador contratado do UFC.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Luta-Livre, passado e presente



Quando se fala de Luta-Livre, a imagem que se tem é a de homens musculosos, fantasiados de maneira espalhafatosa, fazendo acrobacias num ringue onde não existem regras. Porém, esta arte marcial já era presente em um tempo onde os “enlatados” americanos de Telecatch sequer existiam no Brasil.

A origem da modalidade é incerta, existem menções as posições e golpes que remetem desde a época dos Sumérios, em 4000 AC. No Brasil, foi criada no Rio de Janeiro na década de 40, derivando do judô e do wrestling, por Euclydes Hatem, mais conhecido como Tatu.  Tatu também foi responsável pela difusão da arte-marcial, enfrentando campeões de diferentes modalidades em diversas partes do mundo, elevando o nome da modalidade e desenvolvendo a técnica que é utilizada na Luta-Livre moderna.

A Luta-Livre viveu durante muito tempo sob a sombra das Lutas Olímpicas, tendo alcançado maior visibilidade com o ressurgimento dos eventos de Vale-Tudo, hoje conhecidos como MMA (Artes Marciais Mistas). Até a década de 60 os lutadores se resumiam, em sua maioria, entre halterofilistas e remadores, e a técnica de luta era pouco explorada. Com a inserção da modalidade em academias e o uso de suas técnicas em campeonatos de Vale-Tudo, o corpo de atletas se expandiu, chegando a exportar grandes campeões que difundiram a técnica aprimorada no Brasil para outros países.

Dentre os grandes nomes da modalidade, podemos destacar:

Roberto Leitão - Principal responsável pela exportação da modalidade e grande nome da arte-marcial no Brasil;

Eugênio Tadeu - Protagonista dos episódios de rivalidade entre os lutadores de Luta-Livre e os praticantes genio Tadeude Jiu-Jitsu da família Gracie nas décadas de 80 e 90 que resultaram na democratização das artes-marciais no Brasil.

Marco Ruas – Lutador de maior renome mundial, sendo conhecido principalmente pelo seu título de campeão no UFC 7 (Ultimate Fighting Championship), reconhecido hoje como o maior evento de lutas do mundo.

Cenário Local

No Distrito Federal a Luta-Livre vem se disseminando nos últimos 10 anos. O surgimento de academias, bem como sua procura cresce juntamente com a popularidade do MMA. O cenário brasiliense ainda é tímido, porém já participa dos grandes eventos brasileiros e mundiais da categoria.
Brasília conta hoje com apenas uma academia reconhecida no cenário nacional, a RFT (Renovação Fight Team). O advogado Thiago Brito, 23, membro da academia e praticante de Luta-Livre há quatro anos, conta um pouco da história da modalidade,  descreve o cenário encontrado no DF, bem como algumas de suas particularidades.



A confederação responsável pela Luta-Livre no Brasil hoje é a Confederação Brasileira de Vale-Tudo (CBVT), criada em m 03 de Maio de 1997, com a finalidade de regulamentar, supervisionar, homologar e também realizar eventos.